Não raro em nossa rotina diária, associamos ao nosso sobrenome, a função que exercemos na vida corporativa, acrescentando ainda, a empresa onde trabalhamos.
Nossa identidade é engolida pela
função ou profissão.
A pessoa praticamente desaparece,
reduzindo-se a um ponto imaginário em que várias funções são amarradas, seja a
da vida corporativa ou aquela outra que exercemos fora da empresa. Passamos a
ser o “fulano” da “empresa tal”.
Daí porque é tão importante nossa
conduta fora da empresa. Não deixamos de ser o gerente, encarregado,
coordenador só porque estamos vestindo bermuda e sandálias, no final de semana.
E isso se estende, inclusive, àquela vida construída nos sites de
relacionamento.
E talvez seja exatamente essa a
diferença entre funcionários comuns e profissionais. Estes últimos “levam” a
empresa para onde quer que estejam.
Rubem Alves manifesta em seu livro “Conversa
Com Quem Gosta de Ensinar”, as diferenças existentes entre professores e educadores,
que são comparados a jequitibás e eucaliptos.
A mesma comparação pode ser usada para
outras funções e profissões. Afinal, diz ele, “profissões e vocações são como
plantas; vicejam e florescem em nichos ecológicos, naquele conjunto precário de
situações que as tornam possíveis e – quem sabe? – necessárias... É bem verdade
que é possível plantar eucaliptos, essa raça sem-vergonha que cresce depressa,
para substituir as velhas árvores seculares que ninguém viu nascer nem plantou.
Para certos gostos, fica até mais bonito: todos enfileirados, em permanente
posição de sentido, preparados para o corte. E para o lucro”.
Pode ser que profissionais sejam
confundidos com certos “especialistas”, da mesma forma que jequitibás e eucaliptos.
“... Não é tudo árvore, madeira? No final não dá tudo no mesmo?”
Não. Não dá tudo no mesmo. Cada
profissional é uma revelação em si mesmo. Cada um tem um tem sua habilidade,
sua expertise. Assim, um excelente contador dificilmente será um bom vendedor.
Um torneiro mecânico raramente terá habilidades para exercer funções de
designer gráfico, por exemplo.
Certos profissionais são como determinadas árvores: quase insubstituíveis, por suas habilidades, personalidade e valor. São os jequitibás. E há outros que são absolutamente iguais, idênticos, e que podem ser substituídos com rapidez. Os eucaliptos.
Certos profissionais são como determinadas árvores: quase insubstituíveis, por suas habilidades, personalidade e valor. São os jequitibás. E há outros que são absolutamente iguais, idênticos, e que podem ser substituídos com rapidez. Os eucaliptos.
É no respeito às funções de cada um e não nas intervenções gratuitas que reside o valor profissional. Ninguém sabe tudo sobre todas as coisas.
É preciso deixar que cada especialista
cuide de sua especialidade.
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